terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Galileo - o sucessor do GPS

Atualmente, o mundo conta com dois sistemas de localização via satélite em total funcionamento. O GPS (Global Positioning System - Sistema de Posicionamento Global), pertencente aos Estados Unidos, e o russo Glonass (Globalnaya Navigatsionaya Sputnikovaya Sistema) vêm conquistando cada vez mais as pessoas, independente da área em que trabalham. Utilizando aparelhos de localização via satélite é possível trafegar por lugares totalmente desconhecidos sem problema algum.
Infelizmente, nem tudo é só alegria. O sistema de localização GPS vem mostrando alguns problemas nos últimos anos, como localizações inexatas e indicações de direções erradas. Qualquer aparelho eletrônico, depois de certo tempo de uso, começa a dar problema, e com os satélites não poderia ser diferente.

Com pouco mais dez anos de funcionamento, o sistema de localização GPS começa a dar os primeiros sintomas de que talvez esteja na hora de lançar novos satélites, um investimento considerado muito grande para o pouco retorno que trará.

Com receio de ficarem sem um sistema de rastreamento e localização, os países membros da União Europeia decidiram unir forças, e dinheiro, para criar o próprio sistema de localização por satélite. Nasceu assim o Galileo, projeto europeu de sistemas de localização por satélite e que tornou-se o terceiro sistema global em funcionamento do mundo.

O nome do projeto foi dado em homenagem ao astrônomo italiano, Galileu Galilei, o qual trouxe muitos avanços para o mundo, objetivo este pretendido pelos idealizadores do Galileo. O projeto é ambicioso e caro. Para os quatro satélites que já estão em órbita para fins de teste, foi investido pouco mais de 250 milhões de dólares.

Quando o Galileo estiver em pleno funcionamento, com seus trinta satélites em órbita e as estações de comando construídas, estima-se que valor gasto chegue a pouco mais de três bilhões de dólares.

Este novo sistema de localização contará com trinta satélites em órbita, um pouco mais do que o GPS (que conta com vinte e sete), dos quais vinte e sete estarão em operação e três ficarão na reserva, caso algum satélite principal venha a ter problemas.

Para que a chance de colisão entre os satélites do Galileo e do GPS seja nula, os aparelhos do novo sistema orbitarão a 23.222 quilômetros de altura (contra os 24.000 quilômetros do GPS). A disposição dos satélites também será diferenciada, de maneira a cobrir qualquer ponto da superfície terrestre, até mesmo latitudes próximas aos pólos (acima dos 75º).

Os satélites do Galileo circularão em três órbitas diferentes, distantes 120º uma da outra e cada uma com dez equipamentos. Assim é possível garantir a qualidade do sinal para todas as regiões de cobertura do planeta.

O Galileo contará com quatro tipos de “planos” de serviços, cada um com uma particularidade. Confira logo abaixo cada um deles e o que eles possuem.

* OS (Open Service) – como o próprio nome sugere, é o plano gratuito, no qual os usuários podem utilizar do serviço sem custo algum. A única inconveniência é que o erro de localização é de 4 metros para o posicionamento horizontal (latitude e longitude) e 8 metros para a posição vertical (altitude).

* CS (Commercial Service) – a única diferença deste plano para o gratuito é o fato de ele ser mais preciso, com erros de localização inferiores a dois metros.

* PRS (Public Regulated Service) – mais voltado para órgão públicos e empresas privadas, este plano possui a facilidade da detecção e correção de problemas e eventuais erros em menos de 10 segundos.

* SoL (Sofety of Life Service) – voltado para empresas de segurança, corpo de bombeiros, polícia e controladores de tráfego, este plano conta com a rapidez na detecção e correção de problemas e possui um erro de localização inferir à 1 metro.

Além de um número maior de satélites, o Galileo possui diversas outras particularidades que o diferenciam do sistema GPS. A principal delas é o controle civil dos satélites, muito diferente do controle militar imposto pelos Estados Unidos ao GPS. Isto permitirá que as pessoas acessem mapas de qualquer lugar do planeta e possam visualizar cada centímetro de território, sem restrição alguma.

Enquanto o GPS possui um desvio de cerca de 20 metros ao indicar a localização dos usuários, o Galileo promete erros inferiores a 10 metros, nos “pacotes” livres, podendo chegar a poucos centímetros de diferença, no “pacote especial”.

As órbitas e rotas do Galileo foram planejadas de maneira a aumentar a cobertura do sinal. Com uma inclinação de 56º em relação à linha do Equador, os satélites do sistema de localização europeu cobrirão altas latitudes, próximo aos pólos da Terra (acima dos 75º), como o norte da Escandinávia.

Além de toda esta cobertura, o grande número de satélites em órbita possibilita a disposição do sinal 24 horas por dia, 7 dias por semana. Ou seja, sempre que você precisar poderá utilizar o seu aparelho de localização por satélite, independente de onde esteja ou da hora.

O Galileo não servirá apenas para mostrar a localização de cada usuário. Com ele, as pessoas contarão com serviços como: guias turísticos, controle de velocidade, itinerários, controle de fronteiras, indicações de obras públicas e desvios, além de possuírem um sistema especial de ajuda a portadores de deficiência.

O número de postos de controle do Galileo é menor do que do sistema GPS. Em um primeiro momento, serão apenas duas bases de controle, uma em Munich, na Alemanha, e a segunda em Roma, na Itália. Posteriormente novas estações serão criadas, caso haja necessidade.

A previsão é que o Galileo esteja em total funcionamento daqui quatro anos, em 2013. Os primeiros satélites de testes já foram lançados e até o momento não apresentaram graves problemas, que impedissem o desenvolvimento do projeto.

E o Brasil?
A Agência Espacial Européia formulou convite ao Brasil para aderir ao Galileo.
O assunto deverá ser debatido nos próximos meses pela Agência Espacial Brasileira (AEB), pelo Ministério das Relações Exteriores e por outros setores públicos e privados interessados.
Há grande probabilidade de aceitação do convite pelo Brasil. 

3 comentários:

  1. O benefício deste novo sistema de posicionamento global é indiscutível. Só que já passou da hora de as agências espaciais começarem a pensar no que fazer quando estes satélites são desativados, pois eles se transformam em sucatas que aumentam a cada dia mais o lixo espacial rondando nossas cabeças.
    O meu medo é que daqui a algum tempo, alguns deles retornem à superfície do nosso planeta, sem serem "consumidos" totalmente na reentrada da atmosfera. Aliás, alguns pedaços (grandinhos)já retornaram algumas vezes, mas felizmente até agora, caíram em áreas despovoadas. Escrevi sobre isso no meu blog. Se quiserem dar uma olhada, ai vai o link:
    http://raiosinfravermelhos.blogspot.com/2009/02/colisao-dos-satelites.html

    Parabéns pelo blog de vocês. Já estou seguindo.

    Abraços

    ResponderExcluir
  2. Muito Bom! Parabéns pelo blog

    ResponderExcluir
  3. japao depois do tsunami...
    http://www.abc.net.au/news/events/japan-quake-2011/beforeafter.htm

    ResponderExcluir

Você poderá gostar também de:

Related Posts with Thumbnails

posts legais em outros blogs