quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

PENSADORES - PAULO FREIRE

"...uma das condições fundamentais é tornar possível o que parece não ser possível. A gente tem que lutar para tornar possível o que ainda não é possível. Isso faz parte da tarefa histórica de redesenhar e reconstruir o mundo." (Paulo Freire)



Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista doTerceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base (CEB). 
Para Paulo Freire, vivemos em uma sociedade dividida em classes, sendo que os privilégios de uns, impedem que a maioria, usufrua dos bens produzidos e, coloca como um desses bens produzidos e necessários para concretizar a vocação humana de ser mais, a educação, da qual é excluída grande parte da população do Terceiro Mundo. Refere-se então a dois tipos de pedagogia: a pedagogia dos dominantes, onde a educação existe como  prática da dominação, e a pedagogia do oprimido, que precisa ser realizada, na qual a educação surgiria como prática da liberdade.
No entanto, a obra de Paulo Freire não se limita a esses campos, tendo eventualmente alcance mais amplo, pelo menos para a tradição de educação marxista, que incorpora o conceito básico de que não existe educação neutra. Segundo a visão de Freire, todo ato de educação é um ato político.
Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921 em Recife e faleceu em 1997. Sua família fazia parte da classe média, mas Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929, uma experiência que o levaria a se preocupar com os mais pobres e o ajudaria a construir seu revolucionário método de alfabetização. Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime militar no Brasil (1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio.

2 comentários:

  1. Ainda hoje, para aqueles professores que são Freiristas DE VERDADE, a perseguição e preconceito ainda ocorrem com frequencia. Absoluta falta de visão de quem persegue, pois orientar e conscientizar os jovens, é muito mais do que um posicionamento político, vai além: Educar para habilitá-los a construir um espírito crítico e de discernimento, tornar o ser humano autônomo em suas reflexões, significaria o 'risco' (sob o ponto de vista de alguns) de se reduzir a massa de manobra.
    O Professor ainda é formador de opinião, e ajudar a desenvolver a vocação humana de "ser Mais", mesmo nos dias de hoje, representa o desejo de ser parceiro no desenvolvimento da humanidade, porém para quem detém o poder... isto parece ser uma ameaça... Embora o PODER SER e o APRENDER A BUSCAR seja direito de todos, e tenha função muito maior do que o de mera manobra política. É preciso ajudar a capacitar e habilitar o homem-pensador, o homem-criativo, o pesquisador, o cientista, o desenvolvedor, o multiplicador... permitindo a expressão da reflexão e da ação independente de dogmas.
    Tarefa muitas vezes inglória, a do professor que executa a tarefa do semeador, que espera sempre ainda encontrar solo fértil.

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  2. Como pedagogo conheço profundamente a obra de Paulo Freire. Que sintéticamente falando trata-se dos mais puro exercício de didática que todos professores devem praticar e não deve ser usado só em técnicas de alfabetização. O pensamento de Paulo Freire privilegia toda a criatividade que o profissional da educação deve usar considerando muito a realidade em que vive o aluno, daí o brilhantismo da sua obra.
    Preconceitos existem como diz a comentarista Cristiane, mas devo dizer que desde que o mundo é mundo isso acontece. E não acontece só com quem prática Paulo Freire, acontece com qualquer um (veja só eu sou obeso mórbido!).
    Quanto a perseguição do regime militar devo acrescentar que o comentarista errou! Infelizmente intelectuais como Paulo Freire e Outros, tendem a alinhar-se com causas aparentemente nobres e semânticas, mas não analisam com profundidade aquilo que como ideologia política estão apoiando. Bastou instaurar-se o regime militar e o comunismo virou a solução da sociedade elitista brasileira. O incrível é que a maioria dos militantes da esquerda eram membros da chamada elite social brasileira - a classe média alta. Básicamente mauricinhos e patricinhas que deveriam estar estudando ao invés de seguirem ideais de radicais como Marighella e outros e que nunca fizeram nada de útil ao país!E o povo? O povo era massa e tinha que ser manipulado por um lado ou pelo outro. Quando olho para a realidade cubana, nicaraguense, norte-coreana, albanesa(?!), penso e acredito que vivemos hoje um amadurecimento de estado democrático, e estamos agora também num estado de direito com instituições sendo duramente castigadas pela própria liberdade(justiça, saúde e educação), por causa do regime militar! Destarte os atos de extremismo praticados pelos militares, respostas que acho proporcionais aos atos da esquerda (ou ato e efeito) chegamos lá! Mas pensem o que seria o Brasil hoje se a esquerda tivesse triunfado?
    Desviei-me do assunto mas retorno e digo, Paulo Freire foi perseguido pelo seu alinhamento político romântico e direi até solidário, mas suas idéias foram aproveitadas até pelo regime militar - Quem conheceu o MOBRAL sabe muito bem disso.
    Cobro hoje veementemente de colegas ainda vivenciando os ideais de esquerda de 1960 que a causa da falta de educação de qualidade no país está 99% no profissional de educação, pois desde que me entendo como gente os professores são em sua maioria simpáticos a esquerda, mas na prática são péssimos professores.
    Fica aqui minha opinião.
    Grato
    Abraços

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