terça-feira, 19 de agosto de 2008

EINSTEIN E AS CRIANÇAS

Criança pergunta... Einstein responde!
Veja as cartas que o cientista trocou com meninos e meninas de todo o mundo.


O cientista Albert Einstein achava que na escola os professores deveriam desenvolver a curiosidade e a imaginação das crianças. Disse uma vez: “quando eu era um garotinho, meu pai me mostrou uma bússola pequena e a enorme impressão que ela me causou teve um papel importante”.

Na infância, Einstein passava horas lendo livros sobre a natureza. Para ele, um cientista tinha a obrigação de nunca parar de fazer perguntas.

Talvez por isso Einstein apreciasse tanto as crianças e fizesse questão de responder às muitas cartas que recebia delas, de todas as partes do mundo. Para você se divertir e aprender um pouco com esse homem genial, a CHC selecionou algumas respostas de Einstein aos seus apreciadores mirins.

Uma criança de uma escola dominical de Nova York (Estados Unidos) escreveu para Einstein perguntando se os cientistas rezavam e, se rezavam, o que pediam. Resposta:

“Tentei responder à sua pergunta da forma mais simples que pude. (...)

A pesquisa científica é baseada na idéia de que tudo o que acontece é determinado por leis da natureza e, portanto, isso também se aplica aos atos das pessoas. Por essa razão, um cientista dificilmente tenderá a pensar que os acontecimentos possam se influenciados por uma oração, ou seja, por um desejo expresso a um ser sobrenatural.

Entretanto, deve-se admitir que nosso conhecimento presente dessas leis é imperfeito e fragmentado, de modo que, na verdade, a crença na existência de leis universais e básicas da natureza também repousa sobre uma espécie de fé. Mesmo assim, essa fé tem sido amplamente justificada, até agora, pelo sucesso da pesquisa científica. (...) A atividade científica leva a um sentimento religioso de um tipo especial, que é, na verdade, bem diferente da religiosidade de alguém mais cândido.”


Uma estudante de Washington (Estados Unidos), em 1943, escreveu para Einstein dizendo que estava com uma nota em matemática abaixo da média. O cientista respondeu meio sério, meio de brincadeira:

“Não se preocupe com as suas dificuldades em matemática; eu lhe garanto que as minhas são ainda maiores.”

O professor da 5ª série de uma escola americana descobriu que seus alunos ficavam chocados ao aprender que os seres humanos são classificados no reino animal. Ele sugeriu que eles escrevessem para grandes cientistas e intelectuais e pedissem a opinião deles sobre isto. Einstein respondeu:

“Queridas crianças. Nós não devemos perguntar ‘O que é um animal?’, mas ‘Que tipo de coisa chamamos de animal?’. Bem, chamamos de animal quando essa coisa tem certas características: alimenta-se, descende de pais semelhantes a ela, cresce, movimenta-se sozinha e morre quando seu tempo se esgotou. É por isso que chamamos a minhoca, a galinha, o cachorro e o macaco de animais. E nós, humanos? Pensem nisto da maneira que eu mencionei anteriormente e então decidam por vocês mesmos se é uma coisa natural nós nos considerarmos animais.”

Quando Einstein fez 76 anos, pouco antes de morrer, os alunos da 5ª série de uma escola de Nova York (Estados Unidos) mandaram-lhe um presente: um prendedor de gravatas e um par de abotoaduras. Einstein, que durante toda sua vida nunca se preocupou muito em sua maneira de vestir, respondeu:
“Queridas crianças. Agradeço-lhes o presente de aniversário que amavelmente me mandaram e por sua carta de congratulações. O presente de vocês será uma sugestão apropriada para que eu seja um pouco mais elegante, no futuro, do que fui até agora. Porque gravatas e punhos de camisa só existem para mim como lembranças remotas.”

Em 1934, Einstein enviou uma mensagem às crianças japonesas:

“Ao mandar essa saudação para vocês, crianças das escolas japonesas, posso dizer que tenho um direito especial para fazê-lo. Porque visitei seu bonito país, vi suas cidades e casas, suas montanhas e florestas e as crianças japonesas que aprendem a amar seu país por sua beleza. Um livro grosso de desenhos coloridos, feitos por crianças japonesas, está sempre em cima de minha mesa.

Se vocês receberam minha mensagem de saudação enviadas dessa distância tão grande, lembre-se de que a nossa é a primeira época na história a permitir essa amistosa troca entre povos de diferentes nacionalidades; nos tempos antigos, as nações passavam suas vidas na ignorância mútua e, de fato, se odiando ou temendo uma às outras. Que o espírito do entendimento fraterno ganhe cada vez mais terreno entre nós. Pensando nisso, eu, um homem já velho, saúdo vocês, crianças do Japão, de longe e com a esperança de que a geração de vocês possa algum dia fazer com que a minha se envergonhe.”


No Natal de 1935, Einstein enviou uma carta a um grupo de crianças:

“Caras crianças. (...) Aprendam a serem felizes através da felicidade e da alegria de seus semelhantes, e não através do triste conflito de homem contra homem! Se puderem encontrar lugar dentro de vocês mesmos para esse sentimento natural, todos os seus fardos na vida serão leves, ou pelo menos suportáveis e vocês encontrarão seu caminho com paciência e sem medo, e espalharão alegria em todos os lugares.”

Em uma palestra para um grupo de crianças, Einstein disse:

“Alegro-me por vê-las diante de mim hoje, juventude feliz de uma terra luminosa e afortunada. Pensem que as coisas maravilhosas que vocês aprendem em suas escolas são o trabalho de muitas gerações, produzidas em todos os países do mundo com um esforço e uma paixão muito grandes. Tudo isto é colocado nas mãos de vocês como herança para que a recebam, respeitem, acrescentem coisas e, um dia, a transmitam para suas crianças. Isso faz com que nós, mortais, adquiramos imortalidade nas coisas permanentes que criamos em comum.”

Albert Einstein foi um dos maiores cientistas de todos os tempos. Foi também alguém muito preocupado com os problemas do mundo, um defensor da paz entre os povos.

Fonte: Ciência hoje

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