Aqueles que gostam de acompanhar as últimas descobertas da ciência e novidades da tecnologia certamente encontraram em 2010 um prato cheio. Pesquisadores apresentaram muitas novidades, ou pelo menos promessas de mudanças que poderão mudar a vida das pessoas num futuro nem tão distante assim.
Curiosamente, as notícias mais interessantes nessa área caminham em duas direções opostas: passado e futuro.
No passado: Humanos descobriram que tem em seu DNA um pouco do Homem de Neandethal. Ou seja: alguém pulou a cerca na pré-história.
No futuro: Primeiro planeta em condições de abrir a vida humana foi descoberto fora do sistema solar. Pode rolar colonização humana...
E mais. Cientistas criam primeira bactéria artificialmente, por meio da decodificação de seu código genético. Avião movido a energia solar promete nova possibilidade de transporte não poluente; a vida transborda nas descobertas de espécies inusitadas, catalogadas pelo novo censo marinho.
1. Transplante de rosto
Transplante devolve a paciente um rosto totalmente novo
O primeiro transplante total de rosto aconteceu em julho deste ano. Logo depois do evento, o transplantado, um espanhol de 31 anos, identificado apenas por Oscar, apareceu diante das câmeras de TV para agradecer aos profissionais envolvidos e à família do doador.
Foram 24 horas de cirurgia para devolver ao paciente um rosto inteiro, com queixo, nariz, maçãs do rosto, músculos, dentes e pálpebras. Havia cinco anos que ele não conseguia respirar ou comer sozinho, depois de atirar acidentalmente em si mesmo.
Embora a cirurgia tenha sido bem sucedida, Oscar ainda passará por um longo período de recuperação. Segundo o chefe da equipe cirúrgica, Joan Pere Barret, ele precisará de um ano a um ano e meio de fisioterapia para que possa recuperar até 90% de suas funções da face.
Logo que deixou o hospital, o transplantado já conseguiu beber e ingerir alimentos macios, além de falar. Ele também passou a ter sensibilidade no rosto e já recuperou alguns movimentos dos músculos faciais.
Em 2005, na França, já havia sido feito um transplante parcial de rosto. De lá para cá, outras cirurgias semelhantes já estão sendo feitas, mas nenhuma dela de forma completa como aconteceu com Oscar.
2. Homem primitivo
Homo sapiens pulou a cerca com Neanderthal
Por essa ninguém esperava. O homo sapiens, espécie a que a humanidade pertence, tem um pouco do primitivo homem de Neanderthal em sua herança genética. A descoberta, revelada em maio por uma equipe internacional de cientistas, indica que, em algum momento do passado, as duas espécies procriaram.
Segundo o estudo, publicado na revista “Science”, de 1% a 4% do genoma humano (2% de seus genes) provêm do homem de Neanderthal, que apareceu há cerca de 400.000 anos e se extinguiu há 30.000 anos.
Os pesquisadores, liderados pelo professor de engenharia biomolecular Richard Green, da Universidade da Califórnia, avaliam que o contato entre as duas espécies ocorreu de 50.000 a 80.000 anos atrás, provavelmente quando os primeiros Homo sapiens saíram da África e se espalharam pelos demais continentes.
3. Vida em Marte?
Nasa comprova que já foi possível sobreviver em Marte
Em junho, a Nasa anunciou a comprovação de que em Marte há ambientes que já foram favoráveis ao aparecimento da vida. Isso porque verificaram-se vários indícios de que o planeta possuiu, no passado, regiões úmidas e não áridas, favoráveis à existência de vida humana.
A Nasa já havia encontrado outras evidências, porém estudos indicaram locais possivelmente ácidos. Já as amostras examinadas pelo veículo Spirit, em 2005, revelaram altas concentrações de carbonato, mineral em condições úmidas e de ph quase neutro.
A descoberta de que é possível sobreviver em Marte tende a ser uma das mais importantes desde o envio das sondas marcianas. E a região que mais chamou a atenção foi a de Comanche, entre os morros Husband e a planície Home Plate.
O carbonato de magnésio encontrado constitui cerca de um quarto do volume medido. A quantidade é dez vezes maior do que qualquer concentração previamente medida em rochas marcianas.
Altas concentrações desse mineral, segundo os cientistas, confirmam teorias sobre passado do planeta, que teria sido quente e com água em abundância.
4. Senso marinho
Pesquisa poderá ajudar na avaliação de mudanças climáticas
Depois de 10 anos de estudos, foi concluído em outubro o senso marinho, que revelou descobertas de novas espécies exóticas, que poderão ajudar na avaliação de ameaças como mudanças climáticas, entre outras catástrofes. Entre elas, os efeitos o recente vazamento de petróleo em um poço da British Petroleum (BP) no golfo do México.
O número de espécies marinhas de animais e plantas maiores que micróbios aumentou de 230 mil para 250 mil. Mas os cientistas calculam ainda serem descobertas mais de 750 mil espécies em profundezas abissais e em partes do Ártico, Antártida e Pacífico.
O estudo detectou seis mil espécies potencialmente novas, como crustáceos e moluscos e descrições formais de mais de 1.200 animais. Foram contabilizadas, ainda, mais de oito mil espécies de peixes e mamíferos na área em que houve o vazamento da BP.
Os investimentos atingiram o montante de 650 milhões de dólares e envolveu 2.700 especialistas em 80 países. Entre descobertas, os cientistas apontaram um caranguejo de garras peludas, um peixe luminoso, um tipo de camarão já considerado extinto e uma lula de sete metros de comprimento.
5. Exoplaneta habitável
Planeta se assemelha à Terra
Em setembro, uma noticia despertou a atenção de estudiosos, cientistas e curiosos em geral: a descoberta do primeiro exoplaneta habitável, por uma equipe de “caçadores de planetas”.
O exoplaneta, ou planeta fora do sistema solar, tem quase o mesmo tamanho da Terra e orbita uma estrela na constelação de Libra, a 20 anos luz de distância, conforme anunciaram os astrônomos da Universidade da Califórnia e do Instituto Carnegie, em Washington.
Este seria o primeiro planeta possível de ser colonizado. Outros dois já foram encontrados, porém nas extremidades, onde a temperatura é muito fria ou muito quente, o que inviabilizaria a colonização.
Para ser potencialmente habitável, um planeta precisa oferecer recursos para formação da vida, como a existência de água líquida e atmosfera, condições encontradas no exoplaneta recém-descoberto.
6. Células-tronco
Foram feitos os primeiros testes clínicos
Em outubro, um grupo de médicos americanos que atuavam no tratamento de um paciente com lesões na medula espinhal iniciou os primeiros testes clínicos com células-tronco embrionárias.
As células-tronco foram utilizadas pela empresa Geron Corp, que não quis revelar os detalhes do ensaio. Ela obteve a primeira licença da Food and Drug Administration (responsável pela regulação de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos) e utilizará essas células para o tratamento de humanos.
Para esse primeiro tratamento, o paciente inscreveu-se no Shepherd, um hospital de reabilitação de lesões na medula espinhal e do cérebro e no centro de pesquisas clínicas de Atlanta, na Georgia.
A Geron utiliza as células-tronco de embriões humanos descartados em tratamentos de fertilidade. O objetivo é que elas se desloquem para o local de alguma lesão recente na espinha. Assim, poderão emitir compostos para ajudar os nervos danificados na medula a se regenerarem.
7. Bactéria artificial
Limite da vida é rompido pela ciência
Pesquisadores do instituto de ciências californiano J. Craig Venter anunciaram, em maio, uma conquista inédita. Pela primeira vez na história, reproduziram um organismo vivo a partir de um genoma criado em laboratório.
O primeiro mapa genético criado artificialmente sintetiza uma bactéria já existente, a Mycoplasma mycoides, que possui estrutura bastante simples. Seu seqüenciamento foi copiado interamente em laboratório e implantado numa célula receptora, que sobreviveu e se reproduziu.
A partir da experiência, os cientistas esperam usar o software que criou a bactéria para finalidades mais práticas, como produzir remédios, vacinas e combustíveis menos poluentes, segundo informa a revista “Science”, que publicou a pesquisa.
8. Avião movido a energia solar
Primeiro teste do modelo voa 35 horas
O primeiro avião movido a energia solar estreou sua decolagem em julho. O Solar Impulse saiu do aeroporto de Payerne, na Suiça, e viajou por cerca de 25 horas. O comandante, André Borschberg, co-fundador do projeto, pretende usar a aeronave para dar a volta ao mundo, em 2012.
O avião possui 12 mil células fotoelétricas, sua única fonte de energia. Elas se localizam nas asas e dão suporte a quatro motores, cada um com potência de 10 cavalos. A expectativa é de que o avião atinja a altitude de até 8.500 metros para carregar as baterias e mais 1.500 para manter o vôo noturno.
Tão logo seja finalizado o projeto, ele se tornará um marco na história da aviação. Será a primeira vez que um avião movido a energia solar voará durante tantas horas e nas altitudes constatadas. Para tornar esse projeto realidade, a equipe trabalhou nos últimos sete anos “sonhando com este dia”, disse Borschberg.
9. Água em asteróide
Descoberta pode ter ajudado na evolução da vida
Pesquisadores que já haviam descoberto a presença de gelo em moléculas orgânicas em um asteróide, identificaram, em outubro, outro corpo do mesmo tipo, o asteróide 65 Cybele. Isso comprova a tese de que há regiões do Sistema Solar com mais água congelada do que se imaginava.
A constatação é do cientista Humberto Campins, de uma das equipes da Universidade da Flórida Central que pesquisa o assunto. Para ele, “isso apoia a teoria de que asteroides podem ter atingido a Terra e trazido ao nosso planeta água e os tijolos básicos para que a vida surgisse e evoluísse aqui."
O asteróide 65 Cybele é maior que o 24 Themis, encontrado em estudos anteriores. Ele tem diâmetro de 290 km, enquanto o outro asteroide apresentou 200 km. Tanto um quanto o outro foram encontrados na região do cinturão de asteroides, localizada entre Marte e Júpiter.
10. Aquífero na Amazônia
Descoberta pode ser a maior do mundo
O Aquífero Alter do Chão, reserva subterrânea natural da região amazônica, foi apontado como o de maior volume de água potável do mundo. Essa é a conclusão de estudo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA).
A reserva está localizada sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá, com um volume de 86 mil km³ de água doce, suficiente para abastecer em aproximadamente 100 vezes a população mundial. Segundo os geólogos, há possibilidade do aqüífero ser ainda maior do que o calculado inicialmente.
De acordo com um dos geólogos, Milton Matta, que desenvolve a pesquisa, existem indicativos suficientes para se afirmar tratar-se do maior aquífero do planeta, já que localiza-se sob a maior bacia hidrográfica do mundo, que é a do Amazonas/Solimões. Ele e seu grupo propõem batizar a reserva de Aquífero Grande Amazônia, “para que tenha uma visibilidade comercial mais interessante”, concluiu.
Fonte: Yahoo!
Muito Bom! Parabéns pelo blog
ResponderExcluirMuito Bom! Parabéns pelo blog
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