KPC, a superbactéria, tão falada pela mídia e em hospitais de todo o Brasil, não é tão mortal como pensava-se.
Poucos dias após a divulgação em massa de uma bactéria com patogenicidade bem maior do que as outras em comum, a população brasileira procurou evitar contato direto com pacientes e visitas a hospitais para não se contaminar. Mas o que ficou em dúvida foi o que é uma superbactéria e como poderíamos combatê-la.
O microorganismo em questão é uma bactéria comum, da espécie Klebsiella pneuomonaie, vulgarmente chamada de KPC, cuja resistência é maior do que as bactérias encontradas em ambientes corriqueiros por possuir uma enzima, a carbapenemase. Graças a ela essas bactérias foram capazes de resistir a antibióticos que anteriormente possuía efeito, como penicilinas (benzetacil) e cefalosporinas.
A resistência se dá através do material genético das bactérias que possuem fácil poder de sofrerem mutações. Moléculas especiais de DNA chamadas de plasmídeos podem transmitir informações de uma bactéria à outra e, como resultado dessa transmissão e combinação de informações genéticas, novas enzimas podem surgir, com capacidade de anular os efeitos dos antibióticos.
A “KPC” não é nenhuma novidade, acompanha as UTIs brasileiras há muito tempo, relatos afirmam que desde 2005 há quadros clínicos de pacientes contaminados pela superbactéria. O alvo principal são pacientes em quadros graves, debilitados e com imunidade em baixa, tornando-se susceptíveis a contaminações e estas geralmente mais graves de difícil tratamento, podendo levar o paciente a morte.
O tratamento de superbactérias é algo complicado, pois de um lado pode ser tratada com uma associação de três antibióticos: polimixina B, tigerciclina e amicacina o que eleva bastante o custo do tratamento e assim se tornando praticamente inviável para a maioria da população. Outro problema é que, fazer um combate tão agressivo à bactéria, poderia torná-la ainda mais resistente em suas gerações futuras, virando realmente uma superbactéria com uma resistência ainda maior o que só agravaria a situação. Em algumas redes de hospitais a bactéria não é combatida de frente e sim, busca-se elevar a imunidade do paciente para que seu próprio organismo seja capaz de eliminá-la. É uma luta difícil, mas não impossível.
Não há necessidade de isolamento ou alarme geral. Há, porém, a conscientização de higienização e precaução para aqueles que freqüentam hospitais, como cuidados básicos como o uso de máscaras e lavar sempre as mãos, se possível usando também o álcool em gel a 70% que é capaz de destruir a membrana bacteriana. Feito esses cuidados o risco de contaminação será praticamente nulo.
Fonte: Jornal Ciência
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